Paulo Coelho, o Alquimista e Um Pouquinho de Preconceito
por Rodrigo Almeida
Esse negócio de autoajuda é como um ioiô: vai e vem, e depois de um tempo ninguém mais usa.
E quando autores entram nesse campo, minha reação automática é ignorá-los ou relegá-los a um cantinho obscuro na minha mente.
Foi assim que conheci Paulo Coelho e seu livro, “O Alquimista”.
Jamais teria um livro desses na minha estante – ele não significava nada para mim.
Mas um dia, sem razão aparente, comprei O Alquimista.
Tinha vinte anos quando li este livro. Pensei logo nas primeiras páginas que se trataria do mesmo de sempre: histórias rasas[1] sobre personagens fictícios bobos[2].
Errei feio.
O Alquimista, Numa Palavra
Escrito em 1988, o livro conta a história de Santiago, um pastor de ovelhas que precisou abrir mão[3] de tudo para buscar o que lhe foi revelado em sonhos.
Ele precisaria sair da zona de conforto e ir atrás de uma grande fortuna. Parece uma história simples, mas vai muito além disso[4].
Passando por várias dificuldades e recebendo conselhos de sua amada, de uma cigana, de um rei e de um alquimista inglês, ele vende todo o seu rebanho[5] e vai aonde seus sonhos mandam.
Nessa jornada, muito bem contada por Paulo Coelho, O Alquimista trata sobre como devemos alcançar sonhos e lidar com todas as dificuldades encontradas no caminho.
E Como “O Alquimista” Me Ajudou?
Quando meu detector de autoajuda disparou[6], já era tarde demais para abandonar a leitura. Tinha sido fisgado[7] pela história.
Seguindo a jornada de Santiago, fui lendo cada página atentamente. E logo o livro tinha acabado.
A história foi excelente, mas o mais valioso foi o aprendizado.
Em menos de dois dias de leitura, o aprendizado de Santiago havia sido meu. Reflexões e ensinamentos valiosos que não vão sair fácil da minha mente.
O Medo é o Maior Obstáculo na Vida
Ler esse livro para alguém que odeia autoajuda é viver a mesma aventura que Santiago: deixar sua zona de conforto, para viver uma busca ao tesouro em que o verdadeiro prêmio é a jornada em si.
Glossário
[1] Histórias rasas: histórias sem profundidade; superficiais.
[2] Bobo: que denota falta de inteligência; por extensão: sem importância.
[3] Abrir mão de algo: desistir, abdicar.
[4] mas vai muito além disso: não se limita a isso.
[5] O rebanho: bando de animais guardados por um pastor.
[6] Disparar: aqui, ser ativado por algo subitamente. O meu despertador disparou às seis horas. Nem me lembrava de ter programado…
[7] Fisgar: capturar, como a um peixe. Fisgar um peixe.
Do you want to practice more? Read more articles in Easy Portuguese every single day!